Ao ler o livro de Bart D. Ehrman (1955), “O Problema com Deus”, me questionei: por que as pessoas perdem a fé? Bart perdeu a sua, segundo o seu relato no livro. Mas, era esse o caminho, perder a fé? Creio que não, pois a fé é inabalável senão não é fé. Se olharmos Deus e a fé através das lentes dos fatos históricos, haverá aí uma incompatibilidade dado que a fé é a crença em algo que nasce dentro de cada um de nós, enquanto a história é um retrato estático de um passado. Somos feitos de matérias e ciências e nada seremos se não tivermos fé. A fé a que me refiro, não é fé na própria pessoa (como a fé dos ateus) pois está é egoísta mas, a fé no Superior. Fé capaz de nos conduzir a uma reflexão profunda sobre nossos erros e acertos pois, como seres humanos, somos falíveis. Não é com o relativismo, com o objetivismo ou com o utilitarismo que vamos nos tornar seres humanos melhores (pelo menos assim penso hoje). Viver mais, ser mais inteligente, ter sucesso financeiro, nada disso tem valor algum se não nos posicionarmos com humildade em frente aos mistérios da vida.
O mundo não está cada vez melhor como muitos, principalmente os adeptos do politicamente correto, querem acreditar. Na realidade está cada vez pior. Anomalias sociais como “Baleia Azul” é um exemplo e comprova a afirmativa. Sendo realista, estamos na era da falta de uma identidade. Nos perdemos em meios às tecnologias e ideias. Pela ciência e tecnologia nos tornamos menos humanos e mais deuses. Estamos no controle de quase tudo, mas com certeza menos no controle sobre o que somos enquanto seres morais. Com todo esses controles estamos mais perdidos que na idade média em que éramos mais sensíveis as coisas sublimes e menos científicas. Éramos movidos pela fé em algo Superior, não importa o quê e nem em quem, mas tínhamos a certeza que não éramos o centro das coisas. A humanidade perdeu a fé no que é Superior, no que é bom para a alma.
O autor indaga porque a Bíblia não tem respostas para o sofrimento. A Bart, ex-padre, faltou talvez um outro questionamento: Sem Deus deixamos de sofrer? Provavelmente não. Sendo assim Deus tem uma importância enorme em nossas vidas. Ele é o bálsamo para o sofrimento e acalenta a alma e dar força para suportar o sofrimento. Se inventamos Deus, então podemos considerar como a maior a melhor invenção de todos os tempos e assim continuará enquanto existirmos. Todo o cientista que perdeu a sua fé em Deus ou nunca a teve, transformou a ciência em Deus. Isso não muda em nada. A ordem do universo a qual a ciência procura entender tem um Criador. O que quer que façamos ainda assim é Deus que está no comando. Então se Deus existe e está no controle por que sofremos?
Por que sofremos? Por que pessoas boas sofrem mais que pessoas ruins? Por que a vida parecer facilitar a vida das pessoas más e dificultar a vida das pessoas boas? São perguntas que naturalmente o autor não responde, mas nos leva a reflexões sobre o sentido da vida, sobre questões éticas e morais. Por outro lado, somos todos seres humanos que devemos a nossa existência muito mais às perguntas que a respostas. Talvez nunca tenhamos a resposta sobre porquê sofremos, mas creio não devemos ignorar tal indagação, pois certamente a continuidade da nossa espécie pode depender no futuro da compreensão do sofrimento humano e da aceitação de Deus como Criador do universo.
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