Desde que Jesus Cristo foi crucificado e ressuscitou que começaram as controvérsias sobre a história daquele que veio como redentor da humanidade. Naquela época a questão era pautada por intensas discussões sobre a pessoa divina e humana de Jesus Cristo. Essas discussões criavam conflitos e culminavam com o surgimento de várias seitas cristãs. Cada uma, de sua lógica e perspectiva, defendia suas crenças a respeito do papel de Jesus Cristos como a encarnação do próprio Deus ou como um Homem inspirado por Deus. Dezenas de séculos se passaram e as controvérsias se diversificaram, principalmente sobre aquela que aborda a natureza política e social da missão de Jesus Cristos, fazendo deste um tema áspero que suscita muitos conflitos de visões acompanhados de divisões da cristandade. Na sua breve e conhecida trajetória o Filho de Deus tem povoado a imaginação de mentes investigadoras. Os autores, Marcus J. Borg e John Dominic Crossan tentam relatar os últimos dias de Jesus Cristo em “A Última Semana”.

Nesta investigação os autores fazem um exame minucioso, a partir do Evangelho de São Marcos, sobre a última semana de Jesus Cristo na tentativa de compreender, à luz da história e com base em vestígios e costumes do povo da época, despida do sentimento religioso, a história de Jesus Cristo, porém um Jesus supostamente humano, político e revolucionário. Para os autores a Semana Santa é um desdobramento político e final de uma luta de classes: a dos opressores representados por Roma e pelos sacerdotes judeus e a dos oprimidos, representado pelos miseráveis, doentes, pobres e ladrões cuja figura de Jesus Cristo e suas mensagens lhes pareciam libertadoras. Por exemplo: para os autores a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém montado sobre o jumento foi algo arquitetado propositalmente por Jesus Cristo para afronta os poderosos, visto que no mesmo dia, no lado oposto da cidade, Pilatos fazia também o seu cortejo. Para os autores isto era uma clara tentativa de Jesus Cristos de desafiar o poder romano.

“O cortejo de Jesus se contrapunha deliberadamente ao que estava acontecendo do outro lado da cidade. O cortejo de Pilatos personificava o poder, a glória e a violência do império que governava o mundo. O cortejo de Jesus personificava uma visão alternativa, o reino de Deus. Esse contrates – entre o reino de Deus e o reino de César – está no centro não somente do evangelho de Marcos, mas na história de Jesus e do início do cristianismo.”

Nós, cristãos, como devemos entender os relatos dos autores de “A Última Semana”? Da única forma que se espera que todo cristão faça a reflexão sobre o tema. Os verdadeiros cristãos sabem que Nosso Senhor Jesus Cristo é o filho de Deus e que veio ao mundo para nos guiar no caminho da bem-aventurança. Jesus Cristo é o Filho de Deus, o Deus encarnado ou ainda o homem profunda e diretamente inspirado pro Deus. Que importa? Isto nada muda e não abala a Fé. As controvérsias sobre a natureza de Jesus Cristos e o seu papel na vida do seu rebanho do ponto de vista historicista, política e cientificista, ou até mesmo do enfoque teológico,  não têm força contra a Fé. Quando nós, instrumentos para os propósitos de Deus, entregamos nossos corpos e alma à Jesus Cristo sabemos que abrimos as portas do Reino de Deus. Sendo assim, que importância tem as opiniões contrárias? Nenhuma. Leiamos “A Última Semana” com a curiosidade de uma criança e a Fé verdadeira dos tementes a Deus. Entretanto, não se deve dispensar a leitura de “A Última Semana”, visto que se ela não tem força para abalar a Fé, pelo menos enriquece a visão cristã sobre a narrativa da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo da perspectiva do secularismo. Se as vozes do progressismo não se calam, gritaremos mais altos!


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