DO CONTRATO SOCIAL

Não tenho a pretensão de me autodenominar um crítico de Rousseau pelo simples fato de não ter competência para tal.   Entretanto,  gostaria de observar, que as reflexões de Jean-Jacques Rousseau em “Do contrato social” parece óbvia para os tempos atuais. Em nossos dias fazemos contratos de trabalho, de serviços, de produtos, de casamentos, de espólios e muitos outros. Mas negligenciamos o contrato mais importante que o cidadão celebra com o Estado.

Legitimado pela constituição, o estado tem um contrato social que determina a sua relação biunívoca com o cidadão em que suas cláusulas estabelecem entre outras, o direito a educação, a saúde, a moradia, a segurança, a infraestrutura e a liberdade. Assim, quando escolhemos quem vai governar o nosso país  estamos celebrando um contrato com deveres e direitos legitimamente respaldados na constituição. Esses funcionários do povo vão trabalhar para o povo.

Ora, como numa transação de negócio, é obrigação de cada cidadão vigiar os trabalhos e cobrar resultados daqueles que elegemos para cuidar dos nossos interesses e “demitir” nas urnas aqueles que não estão trabalhando de acordo com o que está no contrato social.

Ter consciência política e saber lidar com ela é um dever do cidadão vigilante. O principal caminho para se alcançar este nível de consciência política capaz de tornar o cidadão atuante como um cliente que contratou os serviços do Estado é através da educação. Porém, a educação nas se faz somente nas escolas. Ela se faz principalmente pela escolha de cada livro que se lê e das reflexões que fazemos sobre o que somos e o que queremos de nós mesmos e do Estado.