Alina Fernández, a rebelde filha ilegítima do ditador cubano Fidel Castro, acostumou-se quando criança, segundo o relato em sua biografia Alina, Memórias da Filha de Fidel Castro, aos som das pesadas botas militares quando o seu pai vez ou outra lembrava-se de visitá-la. Ela sabia que seria uma visita rápida e com formalidades militares. O pai, conta Alina, estava sempre de uniforme verde-oliva e com o inseparável charuto. Para Alina, pouca importa se o pai traiu a revolução. Ela apenas queria a atenção e ser reconhecida como filha de fato. Ela esperava que o seu pai tivesse o mínimo de respeito pela sua mãe. Para Fidel, desabafa Alina, ela era apenas mais um dos seus soldados. Sua mãe para ele não existia. Amor de pai, nunca o teve.

Aline descreve o sofrimento da mãe, encantada pelo mito do revolucionário, após se entregar a um homem insensível e cruel. As humilhações que a mãe sofreu ficaram marcadas para sempre na memória de Alina. Estas marcas ganharam as cores de revolucionários. O Sangue de Alina é de um revolucionário, afinal herdara do pai. Porém, agora, ela insurge-se contra o pai e o abuso do seu regime comunista totalitário. Desta maneira, Alina se tornou uma das mais ferrenhas críticas de Fidel Castro.