Atualmente há cerca de 14 milhões de judeus habitando os quatro cantos do mundo. Uma população pequena para 4 mil anos de história, de luta, resistência, sabedoria e de inegável contribuição para o desenvolvimento da humanidade.
Quando penso nos judeus tão cultos, tradicionais e influentes pergunto-me: Porque o povo que deu origem a todas as religiões monoteístas foi perseguido por tanto tempo? Porque os judeus despertaram tanto ódio em 4 mil anos de história?
Joaci Goes, escritor e político baiano, explica no seu livro “A Inveja Nossa de Cada Dia“, que a origem da perseguição aos judeus reside na inveja e na morte de Jesus Cristo. Este dedica vários capítulos em que procura explicar a origem do sofrimento dos judeus, sobretudo no século XX. Joaci Goes começa assim o capítulo sobre os Judeus, vítimas da inveja e da acusação sobre a morte de Jesus Cristo:
“O antissemitismo religioso começou quando Jesus, que era judeus, não foi reconhecido pelos judeus como o Messias prometido pelo Torá, livro sagrado. Por isso continuaram judeus, à diferença de outros que viram no menino Jesus o cumprimento da profecia. Quem dissentiu, judeus ou cristãos? Os judeus acham que foram os cristãos, e os cristãos acham que foram os judeus. O fato é que para um dos lados estar correto, ou outro tem que estar, necessariamente, errado. Deste maniqueísmos nasceu o confronto que vem varando os séculos, com os judeus pagando um elevado preço.”, conclui Goes.
Entretanto, ele atribui a inveja a causa da perseguição aos judeus nos séculos XIX e XX e utiliza os argumentos de Friedrich Nietzsche para mostrar que a inveja dos alemães e do restante do mundo fundamentava-se na superioridade dos judeus:
“Friedrich Nietzsche, por sua vez, sustentava que os sutis processos que operam na mente do ressentido são um fator de desenvolvimento de suas faculdades intelectuais, razão pela qual o milenário ressentimento dos judeus fez deles um povo dotado de inteligência superior, porque – uma raça ressentida torna-se-á, ao final, necessariamente, mais inteligente do que outra raça nobre qualquer.”
Assim, o Goes conclui que os judeus foram vítimas da inveja não só dos alemães, como de muitas poderosas nações europeias e americanas. Para as pessoas comuns, o povo judeus sofreu o castigo de Deus pela morte de Cristo e ponto.
Contudo o rabino Dr. Isidore Epstein, mostra ao relatar a história do povo judeu de onde vem a força do seu povo e responde as questões tais como: O que mantém esse povo unido em seus corações, apesar de durante tanto tempo não possuírem uma pátria?
Isidore Epstein
No livro “Uma Breve História do Judaísmo“, Dr. Isidore Epstein convida a conhecer com erudição a história dos judeus, tão forte em suas tradições, tão rica em fatos históricos dos quais tiveram grandes papeis, e de tão profundos sentimentos religiosos que os ensinaram como permanecerem unidos diante das atrocidades as quais foram sujeitados. Para quem deseja conhecer com detalhe a história, a cultura e as tradições deste povo desde Abraão ao atual estado de Israel, este é um livro interessante.
O autor descreve 4 mil anos de história do povo judeu dos seus mestres e protetores da sabedoria e tradições judaicas. O livro mostra acontecimentos e fatos que ajudaram moldar o forte caráter e um profundo sentimento moral baseado na fé e nos caminhos da retidão. O autor descreve os aspectos políticos e culturais, dando sempre ênfase as questões sociais que tornaram os judeus fortes e unidos mesmo quando eram obrigados a abandonar suas terras e refugiar-se em outros domínios, ali submetendo-se e adequando-se às condições que longe de destruir suas crenças, tradições e hábitos, as fortaleciam, recorrendo sempre a força contida nos ensinamentos do Torá e nas leis do Talmud, seus alicerces.
A sabedoria do povo judeus, passadas de geração em geração através dos seus sacerdotes, sábios, profetas e filósofos e legisladores do Talmud é sintetizada nas palavras de Isidore:
“[…] qualquer que seja a comparação que tal obra, quando completada, possa permitir a relação do homem com Deus será nela quando muito um pormenor ínfimo; e isto é exatamente o que de mais proeminente e fundamental existe do Talmud. Entre a diversidade de opiniões e a variedade de assuntos que o Talmud apresenta, encontraremos nas suas páginas o coração e a mente de um povo em busca de Deus. É isto que torna o Talmud o maior clássico judeus e a mais rica fonte de inspiração e guia religioso depois da Bíblia”
Enquanto a Torá continha os ensinamentos que conduziam o povo de Israel ao caminho da fé e da retidão.“Lenta, mas seguramente, a Torá tornou-se a fonte final de todas as normas e práticas judaicas, regras e costumes em todos os campos da vida – religioso, moral, político, social, econômico e doméstico”
O Torá representa o poderoso elo que mantém os judeus unidos em 4 mil anos de luta e coragem. Isidore resume com simplicidade a grande capacidade de adaptação dos judeus.
“Vivendo entre uma população heterogênea, e sujeitos ás correntes de fanatismo religioso e ás perseguições os judeus tinham de edificar e conservar um verdadeiro império religioso, social, jurídico e fiscal dentro de outros impérios.”
A capacidade de resistir e de não desviar-se do caminho da moral, da retidão, da religiosidade e do respeito a Deus está descrita nas palavras de um dos seus sábios legisladores e pensadores, reveladas por Isidore.
“Não estejais prontos para discutir; evitai as blasfêmias e as imprecações apaixonadas, as gargalhadas e as explosões de cólera… Evitai todos os atos que representem uma mentira…” Renunciai a todos os apoios humanos e não façais do ouro a vossa idolatria. Dai dinheiro em vez de palavras; quantos às palavras duras, pensai nelas duas vezes antes de as dizerdes. Aquilo que vos contarem, mesmo sem que vos tenha sido pedido segredo, a ninguém o conteis. E se alguém vos cantar uma história, não lhe digais que já a conheceis. Não pouseis demasiado os olhos naqueles que possuem mais do que vós, mas, sim, sobre os que estão atrás de vós no que se refere aos bens deste mundo… Não vos vanglorieis do triunfo mesquinho de querer ter razão, nem de serdes sábios no mal; não teríeis uma onça de sabedoria sequer… Sede os primeiros a saudar os outros, qualquer que seja a sua fé; não irriteis ninguém se a sua religião for diferente da vossa”.
Alguns judeus que deram grandes contribuições para o mundo nos campos da filosofia, ciências, artes, política, sociedade que não estiveram, além dos vários sábios, profetas, filósofos e homens bons citados no livro.
Albert Einstein – Cientista
Golda Meir – Política
Emma Lazarus – Poesia
Baruch Spinoza – Filosofia
Roberto Justus – Negócios
Clarice Lispector – Literatura
Eva Todor – Teatro
Olga Benário – Política
Felix Mendelssohn – Música
Sigmund Freud – Psicologia
Hanna Arendt – Filosofia
Spielberg – Cinema
Países com maiores populações judaicas
1 Israel – 5,4 milhões
2 Estados Unidos – 5,1 milhões
3 Franca – 490 mil
9 Brasil – 110 mil
fonte: Wikipédia
felipe
Gostei muito do que li aqui no seu site.Estou estudando o assunto,Mas quero agradecer por que seu texto foi muito valido. Obrigado 🙂