Platão disse uma vez que “Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política. Simplesmente serão governados por aqueles que gostam.”
Este mesmo aforismo, pode ser reformulado quando se trata das ciências econômicas: “quem não gosta de economia, a terá sempre presente em cada minuto da sua vida.”

Para muitos, economia é uma ciência exata, chata, com muita matemática. Em parte as escolas são responsáveis por esta visão equivocada. Malthus, Adam Smith entre outros expoentes das ciências econômicas, os mais comuns nos livros acadêmicos e revistas especializadas, mostram a frieza dos pensamentos sobre os aspectos econômicos que regem as sociedades e o indivíduo de tal forma que fazem a maioria dos mortais torcerem o nariz para esta ciência. Afinal os telejornais quando tratam do assunto o fazem por depoimentos racionais dos economistas e pelas friezas das estatísticas demonstradas em gráficos e tabelas.

Em 1871 a conservadora teoria econômica passou por um processo de reformulação de idéias quando nesta época Carl Menger fundou uma corrente de pensamentos liberais sobre a economia conhecida como a Escola Austríaca de Economia. Nesta escola profundamente estudada e difundida por Ludwig Von Mises, Rothbard e Hayek, nasceu o conceito de que as teorias econômicas vigentes, diante da complexidades das relações entre sociedades, não podiam ser somente explicadas pelos aspectos numéricos da economia.

Para entender como o indivíduo participava e modificava os fenômenos econômicos, esses estudiosos então inseriram o fator humano como sendo preponderante para a compreensão da nova economia que ensaiava seus passos em direção a um novo mundo baseado na liberdade individual. Daí surgiu o que Mises chamava de praxeologia, ou teoria geral da ação humana.

Rodrigo Constantino, economista e colunista da revista Veja, explica em seu livro a “Economia do Indivíduo – Um legado da escola Austríaca”, toda a evolução das ideias liberais sobre economia e de muitos outros aspectos políticos e sociais, desde o surgimento da escola a detalhamento de partes importantes dos textos dos cinco principais pensadores e difusores das ideias da escola Austríaca.

A princípio o livro pode parecer versar apenas sobre aspectos numéricos e teóricos da economia, mas Rodrigo já na introdução mostra que o livro tem outros aspecto interessantes, visto que é evidenciada a liberdade e direitos do indivíduo e seu papel na economia e na política.

Inflação, moeda, livre mercado, teoria de valor, capitalismo, taxa de juros, e muitos outros aspectos da economia moderna e que de certa forma ainda que não queiramos estamos sempre ouvindo nos canais de televisão. Além disso o livro mostra que o liberalismo e o indivíduo são os melhores caminhos para gerar benefícios coletivos.