As Grandes Obras Políticas. Para todos aqueles que desejam por simples curiosidade, ou movidos por uma necessidade em conhecer as obras políticas que deram origem aos pensamentos político ocidentais, não devem deixar de ler o livro de Jean-Jacques Chevalier intitulada: As Grandes Obras Politicas – de Maquiavel a atualidade.
Em suas mais de 400 páginas, a obra vale pela erudição do autor tanto quanto pelo valor das suas pesquisas, exames e reflexões. Esta obra não pretende ser o mais completo estudo sobre a história do pensamento político, mas sem dúvida já está eternizada como um dos mais brilhantes exames sobre as idéias políticas dos últimos 500 anos da história da civilização ocidental. De “O Príncipe”, de Maquiavel, às reflexões filosóficas de Jürgen Harbermas, Chevalier sintetiza os reflexos que as idéias políticas dos maiores pensadores tiveram na formação na história universal dos homens.
O livro inicia-se com as obras de pensamentos absolutistas que legitimavam o poder dos reis como o Príncipe de Maquiavel, e avança para o período marcado pelas grandes revoluções, sobretudo a francesa, sob a influência dos pensamentos dos enciclopedistas como Diderot, Voltaire, e as idéias de Jean-Jacques Rosseau em seu “Contrato Social” e de outros pensadores iluministas. O resultado deste trabalho realizado pelo autor contém verdades que a luz da atualidade, explica muitos dos estranhos fenômenos que dominam a consciência da intelectualidade mundial. O capítulo “As consequências da revolução” que reverbera os conflitos de pensadores antagônicos como o conservador Edmund Burker em “Reflexões sobre a revolução na França” até as idéias comunistas de Marx e Engels em seu “Manifesto do Partido Comunista”, é um exemplo de que ideias têm consequências, como observou Richard M. Weaver em seu livro “As Idéias têm Consequências”, sobretudo as de natureza política.
Chevallier conseguiu numa linha de tempo disposta ao sabor dos acontecimentos, ligar diversas idéias sem profaná-las, mantendo as suas originalidades, mesmo quando discorre-as criticamente. Ao final da leitura, dificilmente o leitor será indiferente a história políticas dos povos e tudo aquilo que o pensamento político foi capaz de transformar. Não há como não pensar em política. Dizia Aristóteles (384 a.C.): “O homem é um animal político”. Verdade que transpassa a linha do tempo e que promete ecoar enquanto houver povos, sociedades, nação. Desde que o homem seja um animal político, resta-lhe apenas gostar dela, ou ser governado por quem dela gosta, como afirmou Platão (428 a.C.).
Portanto se não quisermos um governo totalitário devemos, queiramos ou não, compreender a política e nos esforçarmos para fazer parte desta sinfônica universal. Precisamos estudar as suas origens e acompanhar as suas transformações, pois a política é feita de homens para os homens e o coração humano é instável e corruptível, dado que somos seres emocionais. A emoção é origem dos ressentimentos, da psicopatia, do desumano e da barbárie.
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