Uma análise profunda da vida dos britânicos e das pessoas pelo mundo, reveladas em vários artigos ao longo da experiência do autor como médico psiquiatra em contato com a base da pirâmide social.

Com olhar clínico para os problemas do cotidiano dos britânicos, Theodore Darlrymple, explica em seu livro Vida na Sarjeta como a sociedade moderna transforma as pessoas e as leva à sarjeta.

Os nossos mais profundos valores como: a beleza, o verdadeiro amor, a família,  o respeito aos pais, o respeito aos mais velhos e a defesa das nossas tradições. Está tudo perdido em detrimento a uma vida de resultados imediatos e narcisistas. Sem contemplação e consumista ao extremo. Este livro junto com o livro Nossa Cultura… ou o que Restou Dela, e Podres de Mimados, todos do mesmo autor, completa uma trilogia assustadora a respeito da miserável condição humana.

Sem floreios e sem maquiagem, Darlrymple joga na cara da sociedade  a verdade nua e crua sobre o que acontece na vida das pessoas comuns e como as autoridades fazem vistas grossas para tudo. A conclusão que chegamos ao final da leitura é que a humanidade vive uma frieza monstruosa em relação aos problemas alheios, a menos é claro, que o problema alheio sirva de projeção para as almas afoitas por holofotes.

Dalrymple nos mostra que não somos vítimas do sistema como querem os seguidores de Rousseau. Somos sim responsáveis por cada ato e temos plena consciência das suas consequências.

“No passado a ignorância era puramente passiva; mera ausência de conhecimento. Recentemente, no entanto, assumiu uma qualidade mais positiva e maligna: uma profunda aversão por qualquer coisa que cheire  inteligência, educação ou cultura.”

Quando muito, as pessoas estão mais preocupadas com o conforto que terão a partir de um bom emprego e nisso se resume o intelecto.

“[…] a ausência total da ideia do cultivo do intelecto como um bem em si mesmo, que possui um valor independente das perspectivas de emprego. […] o valor redutor da educação destrói todo o cenário de faz de conta: não é de admirar que tais pessoas não queiram ser educadas.”