1494 é o livro de Stephen R. Bown lançado no Brasil pela editora Globo em 2013 com tradução de Helena Londres sobre a mais marcante divisão do mundo.

Henrique IV, o impotente  marido de uma rainha adúltera, derrotado em Loto aceita o casamento de Fernando e Isabel. Em Portugal João II assume o trono de Afonso V e ambiciona dominar o mundo navegável. Afonso V era o Príncipe perfeito para Maquiavel que via nele a materialização das suas teorias políticas.  Inicia-se então a história em que o orgulho e a vaidade de dois reis e o amor de dois jovens, aliados a astúcia de um papa sedutor, luxurioso e defensor do nepotismo, mudariam para sempre o comércio mundial e seriam responsáveis por muitos desentendimentos com repercussão grave até os nossos dias.

Segundo Bown, o Tratado de Tordesilhas, legitimado pela bula papal int caetera emitida pelo luxurioso papa renascentista Alexandre VI, que ao dividir o mundo conhecido entre Portugal e Espanha abria as portas para o fortalecimento dos negócios e para um infindável números de conflitos e desentendimentos no mundo ocidental.

“Em 7 de junho, os negociadores portugueses e espanhóis chegaram ao acordo histórico conhecido como Tratado de Tordesilhas – um tratado que teve influência perniciosa ao moldar os negócios do mundo durante séculos depois de ter sido assinados.”

Neste contexto, ainda que sobre o controle de Portugal e Espanha, estavam plantadas as bases para a globalização que começaria com as descobertas do navegador português Fernão Magalhães.

Ao cruzar o estreito que leva o seu nome e deparar com uma imensidão de águas calmas que ele chamou de Pacífico, Fernão Magalhães provou com a vida que o mundo era definitivamente redondo e global. Bown assevera que:

“A viagem de Magalhães provou, além de qualquer dúvida, que a América era um continente cercado de água, e acabou para sempre com a visão ptolomaica do mundo.”

“[…]Magalhães e sua tripulação tinham assentado os fundamentos intelectuais de uma nova Visão do mundo que ainda iria exigir toda uma geração antes de ser adotada por qualquer outra nação ou povo.”

Façanhas que Colombo e  Cabral passaram a muitas milhas náuticas de realizar. Infelizmente nas escolas de ensino fundamental, sobretudo nas escolas públicas, os créditos como desbravadores ficam quase sempre para esse dois, além é claro da falta de clareza nas explicações do que foi e que o significa o impacto do tratado sobre os nossos dias.