A questão que pesa sobre o desarmamento vai muito além da preocupação com aumento da violência. Estudos comprovam que existe uma relação direta entre armas e a violência, mas no sentido inverso da crença dos defensores do desarmamento. Quando o cidadão de bem usa arma de fogo para proteger a sua vida, a sua família e a sua propriedade, está contribuindo para a redução dos números de crimes e violência e não o aumento destes. Longe de ser um problema para a polícia, a população armada transforma-se numa aliada da policia. Isto por uma conclusão óbvia: proteger a vida é um dever que está pautado no direito a vida do cidadão de bem.
Entretanto não é assim que pensam os defensores dos direitos humanos. Para eles, o cidadão que usa armas para sua proteção e da sua família esta ferindo o direito a vida, mesmo que a vida seja a do marginal e não a sua.
Em Violência e Armas, livro de autoria de Joyce Lee Malcolm, phd em história comparada, esta questão é analisada a fundo. Da idade média na Inglaterra, passando pelas dinastias Tudor e Stuart até os nossos dias, Joyce examina a relação entre a violência e a população armada, pronta para se defender. Porte de armas, crimes contra a propriedade e a vida, infanticídio, relação entre assassinatos e crimes cometidos no calor da discussão, duelos, tudo é investigado pela autora. A questão é polêmica. Afinal, permitir que as pessoas usem armas para defesa própria reduz ou aumenta os crimes e a violência armada? O que mostra as estatísticas? Como fica o papel da segurança pública quando o porte de armas é legal? É sobre estas questões que a autora mergulha em mais de 300 anos de história das sociedades inglesa. Ao final ela pretende mostrar que o porte legal de armas pelo cidadão de bem não aumenta a violência.
Opiniões e leis contra ou a favor podem ser vistas como uma expressão da época, mas existem outros fatores com mais impactos sobre esta difícil decisão.
“[…] esta época na qual as armas de fogo chegaram e se tornaram comuns na vida diária bem como nas milícias de cidadãos, o século em que o direito dos homens ingleses de possuir armas para a sua defesa foi proclamado, também foi o que viu um declínio acentuado dos homicídios violentos, isto é ainda mais extraordinário se considerarmos a turbulência política do período.” Joyce se referindo aos primeiros séculos na Inglaterra pós idade média. Joyce
Mais atual ela afirma que:
“O crime tem muitas causas. Mas as armas em si e por si mesmas, têm sido destacadas por muitos na Inglaterra e nos Estados Unidos como causa direta da violência criminal. Algo proeminente nessas discussões, e ausentes nas estatísticas tradicionais do crime, é o impacto detentivo de um público armado.” Joyce
O crime e a violência possuem relações que vão além dos riscos de armar a população para a sua própria defesa. A legalização ou a proibição do porte de armas é mais uma questão de preocupação política que outra coisa. Povo desarmado e um povo dominado. Nos governos comunistas da União Soviética, da China e de Cuba, a primeira medida do governo foi desarmar o povo. O Brasil segue está mesma linha, quando se manifesta contra o armamento da população.
Os defensores do desarmamento creem que o cidadão armado seria uma vitima fácil nas mãos dos criminosos e longe de reduzir as taxas de criminalidades, só a faria aumentar ao ter suas armas tomadas pelos criminosos. Segundo estas pessoas, as estatísticas comprovam isso. Mas os números não refletem a realidade pois ocultam do público o outro lado da questão: o número de cidadão que impediu um assalto e salvou a própria vida, por exemplo, é muito maior que a mídia publica. A manipulação por parte da imprensa e das instituições de pesquisas é evidente, quando estas só divulgam fatos negativos como morte de cidadãos ao reagir ao assaltos, acidentes com armas de fogos, isso com a clara intenção de desestimular às pessoas a não se armarem e que a defesa da população contra a criminalidade é uma responsabilidade do Estado. Na realidade, os defensores do desarmamento resistem ao fato incontestável que o cidadão com porte de armas, estará na realidade auxiliando a polícia, sendo desta um aliado no combate a criminalidade, pois os criminosos serão inibidos de agir sabendo que corre maior risco com a população armada. Quando a vida e a propriedade do cidadão que paga impostos, que tem uma família e é uma pessoa do bem estão sob a mira do marginal, antes de ser um obrigação do Estado, é um direito deste proteger a sua vida, a vida da sua família e a sua propriedade mesmo que para isso precise usar de meios violentos e fatais como atirar em matar o assaltante. Eis o que diz a autora a esse respeito.
“Só o fato de saber que algumas pessoas estão armadas, e de não saber quem são elas, faz que o criminoso hesitem na hora de cometer um crime violento… Aqueles que se armam protegem a si mesmo e os outros.” Joyce
O livro Violência e Armas foi lançado no Brasil pela editora Vide Editoral em 2014 com tradução desta segunda edição de Flavio Quintela e apresentação de Bene Barbosa.
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