Ao final da Primeira Guerra Mundial o mundo estava horrorizado com o quadro mundial após a guerra. Altos custos financeiros que jogaram a Europa no precipício econômico, milhões de pessoas mortas e um difícil recomeçou para quem sobreviveu a pior de todas as guerras até então. Diante disso o armistício não poderia ser apenas um acordo entre os vitoriosos e os perdedores. Havia muitos interesses em jogo.

Este complexo processo tinha a sua frente o presidente dos Estados Unidos Woodrow Wilson, o primeiro-ministro inglês Lloyd George e o premiê francês George Clemenceau; e uma proposta: Quatorze pontos, Quatro Princípios e Cinco Detalhes que eram uma relação de exigências e reparações que deveriam ser cumpridas pelos derrotados, e uma série de benefícios e garantias para os vitoriosos. 

A paz mundial estava em pauta, mas não era o mais importante. Além disso, contribuindo para tornar o evento essencialmente uma briga política pelo poder, O Tratado de Versalhes foi o impulso que faltava para os Estados Unidos se lançar  em definitivo como a maior potência mundial em todos os aspectos. Woodrow Wilson estava diante de um grande desafio para a sua nação e o mundo apreensivo com o desfecho deste monumental acordo.

Um evento dessa magnitude precisava ser descrito por alguém que estava lá como testemunha ocular e atuante. Harold Nicolson, Primeiro-Secretário na Conferência de Paz de Paris em 1919 revela todos os bastidores do Tratado de Versalhes em seu livro O Tratado de Versalhes – a paz depois da Primeira Guerra Mundial.

“Não é minha intenção entrar em considerações éticas ou repartir culpas ou elogios. Tudo que afirmo é  que certos fatores atuaram de forma totalmente inevitável. As observações que hoje faço não estão voltadas para o que deveria ter acontecido e muito menos para o que não deveria ter acontecido. Descrevo o que foi, na verdade, não uma conferência, mas uma doença muito grave. Trato apenas de registrar sintomas e de marcar um gráfico da febre. A discrepância que assinalei é vital para o meu argumento.”

A verdade por trás dos fatos é  que muito mais que um Tratado de Paz, a Conferência de Paz de Paris foi um tratado de divisão de territórios conquistados e solidificação do poder políticos entre os aliados.