O livro Tolos, Fraudes e Militantes, do filósofo britânico Roger Scruton, expressa a reflexão crítica sobre os pensadores da nova esquerda. O seu senso estético sobre a natureza humana e a sua mente atenta aos problemas da sociedade moderna analisam o espírito do esquerdismo à luz das suas figuras mais eminentes da filosofia marxista. Scruton desdobra os pensamentos de Lacan, Deleuze, Badiou, Derrida, Sartre, Zizek, Kojéve, Adorno, Hobsbawm, Habermas, Althusser, entre outros, apontando suas fraquezas e incoerências, bem como monta uma relação causal dos problemas que a nova esquerda jogou no mundo ocidental.
Em 2014, Scruton publicou o livro Os Pensadores da Nova Esquerda em que mostra a nova face da esquerda mundial. No livro “Tolos, Fraudes e Militantes”, Scruton segue a mesma linha de análise crítica sobre o projeto esquerdista para a criação de um mundo novo a partir do marxismo revisitado. As duas obras se completam sem ser dependentes no seu propósito, ou seja, não é necessário ler as duas para compreender a mensagem de Scruton.
Mas, se as obras são semelhantes no tema e forma, qual é o objetivo em ler este livro que muito se assemelha ao primeiro? Na verdade, existem vários motivos para revisitar os pensamentos de Scruton em “Tolos Fraudes e Militantes”: primeiro, diz respeito ao autor, que é excelente e imprescindível ao pensamento conservador na atualidade. Segundo, é aprender com ele a necessidade de se estar atento aos movimentos da esquerda militante, pois esta quase sempre usa a estratégia de incorporar novas aparências e, com isso, tentar superar suas evidentes contradições.
A única forma de prever o movimento da esquerda é ler tudo sobre a esquerda o tempo todo. As profecias do professor Olavo de Carvalho feitas há mais de 20 anos sobre os perigosos movimentos da esquerda são frutos dessa constante vigilância e de intensas leituras sobre o socialismo. Cito aqui o primeiro estratagema do general Sun Tzu, que bem representa os cuidados em conhecer o oponente: “Se você conhece o inimigo e a si mesmo, não tema o resultado de cem batalhas. Se se conhece, mas não ao inimigo, para cada vitória sofrerá uma derrota. Se não conhece nem o inimigo nem a si, perderá todas as lutas”.
O projeto da esquerda pressupõe que a sua verdade é absoluta e não pode ser contestada, partindo da premissa que todos estão errados e que somente os seus argumentos têm validade. Esta postura traduz bem o nonsense das pregações esquerdistas em querer transformar a realidade, dando-lhe uma nova roupagem que lhe permita impor sua bandeira de uma nova ordem social calcada em uma suposta justiça social. Devaneios que só existem na cabeça das esquerdas.
Tomando o cenário político e cultural do Brasil e a deterioração que a nova esquerda causou no pensamento nacional, a leitura da obra de Scruton é atual e necessária, dado que, a despeito da chegada da direita ao poder no Brasil, o pensamento da esquerda radical ainda é, sob todos os aspectos, uma grande ameaça para o povo brasileiro. Permanece, portanto, a necessidade de se combaterem as mistificações da esquerda militante. Boa leitura!
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