Em sua excelente obra O que há de Errado com o Mundo o escritor G. K. Chesterton oferece uma contundente análise crítica às mudanças sociais, políticas e culturais de sua época, expressando preocupações sobre o declínio dos valores tradicionais que destruíam a estrutura da família, corrompiam as religiões e mudavam drasticamente o comportamento dos indivíduos. Publicado em 1910, o livro antecipava o declínio cultural do ocidente que se materializou assustadoramente ao longo dos anos.
De fato, no início do século XX, as ideias desconstrutivistas de pensadores do comportamento social tais como Herbert Marcuse, Theodor Adorno, Michel Foucault e Jacques Derrida provocaram profundas transformações culturais no ocidente corroborando com a perspectiva de Chesterton para o futuro sombrio da humanidade. Desde então, os temores de Chesterton não só se tornaram reais como tomaram dimensões assustadoramente preocupantes.
G. K. Chesterton não foi o único expressar preocupações com o declínio cultural do ocidente. Outros pensadores também o fizeram. Com efeito, o eminente historiador e filósofo Oswald Spengler nos oferece uma incisiva análise cultural e política em sua monumental obra O Declínio do Ocidente, em que se revela a decadência moral que se estende sobre a cultura europeia da sua época. Do mesmo modo, o contemporâneo escritor e psiquiatra Theodore Dalrymple em seu atualíssimo livro Nossa cultura… ou o que restou dela apresenta o cenário atual em que se evidencia o estágio irreversível em que a civilização ocidental se encontra.
Destarte, degradação moral e cultural que se percebe no Ocidente e em parte do Oriente nos leva a seguintes indagações, parafraseando Chesterton: Quais os valores morais e culturais que estamos construindo para as próximas gerações? É notório que a humanidade está se deixando conduzir para o precipício civilizacional quando não preserva as instituições que lhes fizeram chegar até aqui.
É fato que chegamos a este ponto por um processo de desconstrução perpetrados por correntes de pensamentos que buscam destruir a civilização ocidental dando-lhe a feição de um novo mundo. Para isso, é necessário desconstruir a estrutura da família, substituir as religiões judaico-cristãos por uma religião mundial, modificar a história e a cultura. Esses sistemas de pensamentos encontram-se num estágio chamado de pós-modernismo, a cultura da desconstrução, a fim de que a corrente de pensamento dominante iniba as potencialidades do ser humano enquanto indivíduo percepcional. As gerações contemporâneas não conseguem compreender a realidade factuais em que se encontram.
Nesta perspectiva, a distorção da realidade que conduz os jovens à incapacidade de questionar com precisão por meio de argumentos é um fato corriqueiro. O mal-estar que a sociedade ocidental e parte da oriental experimentam tem suas raízes no movimento denominado pós-modernismo. Neste contexto, influenciados pela Escola de Frankfurt e pensadores desconstrutivistas supracitados, a atual geração dobra-se às Teorias Críticas, um arcabouço teórico que tem o principal objetivo problematizar e desconstruir todas as instituições ocidentais e os seus valores judaico-cristãs.
Sendo assim, os inspiradores do pós-modernismo saíram-se vitoriosos, haja vista a relutância de determinado grupo de pessoa em proclamar abertamente a heterossexualidade, a hesitação em assumir sem constrangimento a identidade “branca”, a escassez de homens dispostos a evidenciar a masculinidade e a raridade de mulheres que se sintam à vontade em expressar sua satisfação como donas de casa, ainda que acentuada seja a sua participação no sustento familiar na nossa atual sociedade. Dito de outra maneira: “É proibido ser homem ou mulher branco, heterossexual e cristão”. Atualmente a crítica aberta às ideias, desprovida do temor de sofrer represálias, constitui um ato ousado e perigoso. O panorama atual revela uma inclinação em conformar-se com o status quo como requisito para a obtenção do empoderamento e para ser considerado alguém engajado socialmente e politicamente correto.
É nesse contexto que se enquadra a importante visão analítica às Teorias Críticas realizadas pelos acadêmicos Helen Pluckrose e James Lindsay no seu livro intitulado Teorias Cínicas (Críticas). Nessa obra, os autores oferecem uma análise sistemática das principais ideias que fundamentaram o movimento pós-modernista, incluindo suas derivações, como o movimento pós-colonial. Considerando que os temas que derivam das Teorias Críticas, como raça, homossexualidade, problemas de gênero e do gordo, teoria da justiça, feminismo, questões LGBT entre outras, são temas complexos e polêmicos, convém realizar uma leitura cuidadosa à citada obra a fim de obter a base necessária para exposição de críticas e opiniões. Na relevante obra de Helen Pluckrose e James Lindsay o leitor estará diante de questões como: O que são teorias críticas e como elas afetam as universidades, fomentam o ativismo e mudam as nossas vidas.
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