O mundo contemporâneo está estranho. O que há de errado com ele? O Ocidente vive uma profunda crise na democracia e uma evidente perda de identidade e propósito. Ao dar fundamento e validade às políticas identitárias, o Ocidente põe em julgamento o ideal de liberdade e justiça com gravíssimas consequências para as suas instituições democráticas.
Mas o que dizer sobre a civilização ocidental, cujos princípios fundamentados no ideal de igualdade, liberdade e justiça deram origem às democracias modernas? É evidente que nos últimos dois séculos a civilização ocidental vem sofrendo imensas erosões em suas instituições. A outrora poderosa cultura europeia está em queda livre e parece não haver nada que se possa fazer para impedi-la.
Com efeito, esta crise cultural tem provocado reações antagônicas, objetivando alertar sobre o mal que há por trás das políticas identitárias, dos movimentos pós-modernistas e da Revolução Cultural que estão destruindo o Ocidente. Neste sentido, destaca-se os pensamentos do professor de filosofia Peter J. Kreeft, que sai em defesa dos valores cristãos tão vilipendiados por aqueles cujos ideários radicais pretendem recriar o mundo à sua imagem e semelhança.
Em seu livro Como Destruir a Civilização Ocidental, Peter Kreeft apresenta uma contundente crítica às ideologias que estão destruindo a cultura ocidental e tudo o que ela representa. Na supracitada obra destaca-se a veemente defesa de Peter Kreeft à cosmovisão cristã. O livro contém quarenta teses acerca dos males da humanidade e suas consequências, bem como propõe soluções para crise cultural e espiritual do homem. Para Peter Kreeft o ocidente perdeu contato com a sua história, cultura e tradições.
“A Europa é um exemplo espetacular de continente sofisticado, civilizado, sensível, avançado e compassivo que está morrendo porque repudiou suas raízes primitivas.”
O pecado do aborto
Na bíblia, crescei e multiplicai-vos (Gênesis 1:28) denota o verdadeiro caráter da criação. Peter Kreeft vê no cerne desta máxima sagrada o princípio básico da importância da vida assim como a necessidade da sua preservação. Isto fica claro no início da introdução do referido livro em que Peter Kreeft observa que o caminho para se evitar o fim da civilização ocidental está contido no versículo do Gênesis e que desobedecê-lo é um pecado contra a vida e contra Deus. Para Peter Kreeft “A única coisa realmente necessária que poderíamos fazer para salvar a nossa civilização — aquilo que sempre estará ao alcance de qualquer um que deseje salvá-la, seja qual for o tempo, o lugar ou a cultura, seja ele bom ou mau, religioso ou irreligioso, antigo ou moderno — é ter filhos.” Com efeito, está clara a posição do autor acerca de temas que se opõem à vida. Neste sentido a crítica ao aborto e a defesa a vida ganham força nas reflexões de Peter Kreeft.
“As crianças são os senhores, e os pais, seus servos. A vida de um pai ou de uma mãe, seu tempo, dinheiro e atenção, tudo se transforma e orbita ao redor das necessidades de seus filhos como um planeta ao redor do Sol. Tê-los é o ato mais generoso, caridoso, amoroso, altruísta e santo que uma sociedade pode fazer por si mesma.”
“Se você não tiver filhos, sua civilização desaparecerá. Antes de ser bom ou mau, religioso ou irreligioso, você precisa existir.”
“Deus existe, e Deus é Deus. Deus é o Deus da Bíblia; Deus é o Deus de Jesus Cristo. Esse é o nosso absoluto inegociável.”
O poder da verdade para a salvação do mundo
“A liberdade é para a verdade, não o contrário. Negue a verdade e você destruirá a liberdade. A verdade nos torna livres, a liberdade não nos torna verdadeiros.”
“A liberdade que nos pertence está sendo tolhida porque ameaça a deles. A liberdade religiosa ameaça a liberdade sexual. A nossa liberdade de consciência religiosa ameaça a liberdade de consciência sexual deles.”
“Se o homem não possui uma alma espiritual, não tem liberdade, já que a matéria não detém liberdade.”
“Comunismo, escravidão e aborto negam às suas vítimas a propriedade, a liberdade e a vida.”
“Logo, as duas causas cruciais do bem comum são a moral e a religião.”
O fanatismo religioso como forma de entrega
“Quero defender um fanatismo. Não o fanatismo em si, nem qualquer fanatismo, mas somente um: o fanatismo por Cristo, seu senhorio e sua vontade como as únicas coisas que importam na sua vida.”
“Você não pode lutar por Cristo com as armas de Satanás.”
“Você não pode ser santo sem perturbar o mundo profundamente porque não pode ser santo sem ser um fanático.”
Rumos errados
“Há muitas receitas para a felicidade social que não funcionam. O tradicionalismo e o progressismo são duas delas.”