Há pouco conhecimento e muitas opiniões quando se trata do conflito entre os judeus e os árabes. O livro “O que é Antissionismo”, de Henri Stellman, é uma tentativa de pôr um pouco de luz nesta Torre de Babel num ponto específico: o que é o antissionismo e como ele se distingue do antissemitismo.
A obra procura mostrar dois aspectos do antissionismo: o que é o antissionismo, onde e como ele atua e qual é o seu objetivo. Segundo, o autor mostra como a esquerda, através das críticas de pensadores como Proudhon e Marx, entre outros, ajudaram a construir uma ideologia que levou ao surgimento da judeofobia.
Em linhas gerais, o antissionismo em sua amplitude, destaca Stellman, é uma tentativa de minar a aceitação de Israel pela comunidade internacional das nações, assim como privá-lo de qualidades humanas positivas e retratá-lo como ímpio, numa clara intenção de deslegitimar, desumanizar e demonizar Israel.
Portanto, antissionismo e antissemitismo são dois gumes da mesma espada inimiga que paira sobre a cabeça do “povo escolhido”. Para Stellman o antissionismo (negação à identidade de Israel como nação) e o antissemitismo (ódio aos judeus) ganharam uma força descomunal após a criação do Estado de Israel em 1948 devido às ideologias conflitantes da esquerda. Ele adverte que há uma tradição de hostilidade aos judeus desenvolvida, sobretudo, no século XIX.
Com efeito, Stellman exemplifica a atuação de vários pensadores de esquerda no sentido de tornar o povo judeu “persona non grata”. Neste sentido, ele dedica vários capítulos para mostrar como ideias de Proudhon, Karl Marx, Engels, Kautsky, Stalin, Adler, Bauer, Akreiski, entre tantos outros importantes personalidades da esquerda influenciaram e puseram o Ocidente, nos séculos XIX e XX, contra os judeus alimentando a oposição ao sionismo. Para o autor, a dimensão ideológica antissionista de esquerda é a explicação e a justificativa para este tipo de oposição.
Além disso, o autor ver diversas causas que dão origem ao antissemitismo. Mas vale destacar o fato de ele afirmar que muitos são antissemitas porque estão na moda. Pelo menos é o que se tem visto. Atualmente, intensificado pela guerra impetrada por Israel contra o grupo terrorista Hamas, está na moda ser pró-palestina e anti-Israel. Entretanto três aspectos devem ser considerados quando se trata do antissemitismo. A questão judaica é antes uma questão política, de direito, religiosa e territorial. Para os judeus é uma questão de identidade.
Nesta perspectiva, o socialismo, o comunismo, são conceitos políticos altamente antissionistas. Vale destacar que, segundo Stellman, há antissionismo até mesmo entre os judeus, como fica evidente nos ensaios de Rodson que versa sobre a natureza colonial dos judeus. Neste contexto, Stellman esclarece que além das conspirações verificadas em textos nazistas, cristãos, neonazistas e negacionistas do holocausto, há um desdobramento dentro da comunidade judáica cujo pensamento é a antípoda do judaísmo na questão do Estado de Israel.
No antissionismo judáico, o autor destaca as seguintes correntes de pensamentos ideológicos: os emancipacionistas, o antisssionismo ortodoxo e o antissionismo de esquerda. Porém, para o autor, o mais violento é sem dúvidas o antissionismo árabe e muçulmano. Escreve Stellman que é notório o uso da violência por grupos extremistas que com base em seus fundamentalismo sequestram, torturam, estupram e matam e chamam isso de guerra santa, ou Jihad.
Em resumo, após a leitura deste pequeno livro sobre antissionismo, que toca de forma breve em assunto tão complexo, mas nem por isso menos esclarecedor, fica evidente que usar um lenço ou hastear bandeira em pró-palestina e vociferar palavras de ódio aos judeus é leviandade. Os jovens deveriam ler sobre a história factual da incrível e sofrida jornada de do povo judeu. Consequentemente, o conflito milenar entre Israel e a maior parte do mundo árabe pode ser a guerra do apocalipse de João, o prenúncio do Armagedon. Mas enquanto isso não ocorre: jovens, informai-vos.
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