São tantas histórias sobre nossa história que desconhecemos. Quando pensamos em reis e rainhas, príncipes e princesas logo vem à mente um mundo de fantasias, do belo e de glamour. Fomos criados para acreditar que a vida num castelo era envolta em uma atmosfera mágica, que os de sangue azul que ali residiam possuíam almas tão nobres que nos pareciam pessoas especiais selecionadas e protegidas por Deus.

Mas a vida não é paisagem semelhante ao mundo de “Alice no país das maravilhas”. Pelo contrário, todos os sentimentos de natureza boa e ruim são encontrados nos monarcas em que muitas vezes estes são dotados de tal vilania que joga por terra todas as fantasias, todos os sonhos que temos sobre o mundo deles e delas, “sangue azul”.

De sorte, existe a figura do historiador que dedica a sua vida a pesquisa para nos revelar fatos históricos que enobrecem ou envergonham a alma humana. Os historiadores são necessários para o conhecimento do passado da humanidade, pois são nos arquivos da história que vemos refletido o futuro da humanidade.

No livro “A Carne e o Sangue” a escritora e historiadora Mary Del Priore nos apresenta a vida amorosa do nosso imperador D. Pedro I. Fatos curiosos, íntimos e picantes sobre D. Pedro I no tocante aos seus relacionamentos com a sua resignada esposa D. Leopoldina e a sua fogosa e inteligente amante a Marquesa de Santos são revelados pela graciosidade do talento narrativo de Del Priore. O livro não fica só na intimidade dos três personagens desta história da “vida como ela é” como diria o Nelson Rodrigues, mas também, como é peculiar a Del Priore, há um pano histórico da fase crítica do primeiro império quando algumas das atitudes do D. Pedro I ajudaram o Brasil ser o que é hoje.