Os atos cruéis praticados pelos fundamentalistas islâmicos, autodenominados, Estado Islâmico tem assustado o mundo e movido ações dos Estados Unidos e da Europa e também alguns aliados árabes para combater e eliminar a moda ocidental a loucura deste grupo que segundo líderes islâmicos não representam o povo islâmico e nem é sustentado pelos princípios da fé islâmica.
Os signatários, como Mohammed Abbasi, da Associação de Muçulmanos Britânicos, e Amjad Malik QC, presidente da Associação de Advogados Muçulmanos, escreveram: “Não acreditamos que o grupo terrorista responsável deva receber a credencial e a estatura que deseja chamando a si mesmos de Estado Islâmico. Não é islâmico nem é um Estado.” Fonte: Site Carta Capital publicado em 21/09/2014 http://www.cartacapital.com.br/internacional/estado-islamico-e-um-insulto-a-fe-dizem-lideres-muculmanos-4091.html
Existem causas que justifiquem tanta insanidade? Se é que é possível encontrar alguma justificativa.
Os muçulmanos procuram a séculos o reconhecimento mundial como uma religião, uma doutrina, e uma política. Conseguiram atingir este objetivo. Salvo os casos de radicalismos dos extremistas, a religião islâmica, que surgiu cerca de 600 anos depois do cristianismo, cresceu espantosamente nos últimos séculos colocando-se em segundo lugar em número de seguidores.
Mas porque tanto ódio desses grupos extremistas? Será que os árabes devem ser vistos como vilões como aprendemos desde pouca idade sobre as histórias de Ali Babá e os quarenta ladrões (um lindo conto, distorcido pelo ocidente) filmes hollywoodianos que mostraram que o oriente médio é um mundo de pessoas místicas, violentas e de hábitos esquisitos? Desde criança eu via os mais velhos se referirem aos árabes como povo não civilizado. Eu, por outro lado me encantava com a cultura deste povo sábio. Opiniões a parte, uma coisa é fato: os árabes muito contribuíram para a formação cultural europeia.
Enquanto os exércitos árabes conquistavam territórios no Oriente Médio e na Europa entre os séculos VII e X (D.C), uma parte da intelectualidade árabe preocupava-se em explorar a ciência, a matemática, a filosofia, a metafisica e a compreender a natureza humana através dos estudos da cultura helênica.
Fora época de grandes sábios, movidos pela busca profunda das palavras de Maomé com os sentidos da razão que governa o homem e tudo que o rodeia. Neste cenário e época surgem dois importantes sábios árabes: Al-Farabi e Avicena. Ambos deram grandes contribuições para a humanidade a partir de seus pensamentos fundados nos princípios árabes a luz das interpretações das antigas filosofias de Platão e Aristóteles assim como todas as outras culturas que estivessem aos seus alcances. Em seu livro a Casa da Sabedoria o escritor Jonathan Lyons descreve a importância que tiveram os estudos dos árabes a partir dos manuscritos gregos anteriores a Jesus Cristo dando-nos uma vasta visão sobre o universo cultural árabe.
É sobre essas duas personalidades do glorioso passado árabe que o pós-doutor em filosofia Jamil Ibrahim Iskandar, um profundo estudioso do mundo medieval árabe, traduz integralmente no livro Compreender Al-Faribi e Avicena textos importantes dos dois sábios filósofos.
Ao ler com cuidado os pensamentos destes dois filósofos árabes não resta dúvidas que os atos praticados pelos extremistas do estado Islã não são alicerçados na sabedoria árabe e muito menos pelo islamismo como prega o ocidente.
Trechos dos livro:
“A Filosofia é o aperfeiçoamento da alma humana através da apreensão das coisas e a confirmação das verdades especulativas e práticas, de acordo com a capacidade humana. A Filosofia relativa as coisas especulativas, as quais devemos conhecer, mas que não precisamos praticar, e chamada Filosofia especulativa . A Filosofia relativa as coisas práticas, as quais devemos conhecer e praticar, chama-se Filosofia pratica.”
“Se o governante primeiro for virtuoso e seu governo for verdadeiramente virtuoso, certamente, então, tenta obter pelo que promulga, a felicidade ultima, que, na realidade, é felicidade (verdadeira), tanto para ele como para aqueles que estão sob seu governo. Esta religião é uma religião virtuosa. Se o seu governo for (governo) da ignorância, certamente, então por meio do que promulgou, tenta obter para ele, através deles, algum bem dos bens da ignorância – seja o bem necessário (como) a saúde e a segurança, ou outros bens, como a riqueza.”
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