Os erros Fatais do Socialismo. Obra do filósofo e economista austríaco Friedrich August Von Hayek, um dos fundadores da Escola Austríaca de Economia. Este livro contém reflexões sobre os fracassos do socialismo e mostra porque este não passa de teorias. Neste livro, Hayek investiga os aspectos que contribuíram para a falência do socialismo. Hayek explica que é natural que o homem moderno, com toda as complexidades que lhe são peculiares, tenha necessidades que ele não encontrará no socialismo. O homem só se realiza quando consegue ser livre para ir em busca dos seus objetivos. Para Hayek, um sistema baseado na ordem ampliada cria as condições para que o homem alcance a plenitude como indivíduo.
Hayek explica que a Ordem Ampliada é um princípio ordenador do mercado econômico, que se contrapõe a ordem natural. Ele sustenta que o homem natural não se encaixa na ordem ampliada. O homem luta pela sua sobrevivência e é nesta condição que reside a disputa entre a ordem do mercado e o socialismo.
“Uma marca reveladora de como se entende mal o princípio ordenador do mercado e a ideia comum de que a cooperação é melhor que a competição. A cooperação, como solidariedade, pressupõe uma grande medida de concordância quanto aos fins, bem como quanto aos métodos empregados em sua busca. Ela faz sentido em um grupo pequeno, cujos membros compartilham hábitos específicos, conhecimentos e crenças sobre possibilidades. Mas não faz praticamente nenhum sentido quando o problema é adaptar-se às circunstâncias desconhecidas. Contudo, é nesta adaptação ao desconhecido que repousa a coordenação dos esforços na ordem ampliada.”
Segundo Hayek, estas evidências devem traduzir-se em um problema de concordância em meio à competição e eficiência.
“A competição é um procedimento de descoberta que faz parte de toda evolução, e que levou o homem a reagir inadvertidamente a situações novas; e por meio de mais competição, não de concordância, nós aumentamos gradualmente nossa eficiência.”
Para corroborar suas ideias da ordem ampliada, o autor vale-se da análise dos aspectos mentais, comportamentais e da evolução cultural para compreender os fenômenos que tendem a apontar a direção de eventos econômicos e da individualidade mais que o coletivismo.
“Costumes e regras morais aprendidos, destituíram progressivamente reações inatas, não porque as pessoas tenham percebido, por meio de razão, que eram melhores, mas porque tornaram possível o crescimento de uma ordem ampliada que supera a concepção de qualquer um, na qual a colaboração mais efetiva permitiu àqueles que estavam nos seu seio, ainda que cegamente, manter mais pessoas e desalojar outros grupos.”
Hayek esclarece que a liberdade, propriedade e justiças são fundamentais para a ordem ampliada, e para uma boa política de mercado. Face ao exposto, Hayek procura então demonstrar que o socialismo errou quando não observou os aspectos dinâmico do mercado, do indivíduo, da propriedade e, até mesmo, da justiça. Infelizmente, esses fatores tão importantes da condição humana, são trocados, com a omissão do indivíduo, pela proteção contida no contrato social. Isto torna o homem servil que prefere perder a sua liberdade em troca da proteção paternalista do Estado provedor e intervencionista. Assim é o socialismo: há uma tendência do homem em deixar-se seduzir pelo servilismo.
Em seu Discurso da Servidão Voluntária, o jovem francês Étienne de La Boétie no século XVI, acreditava que a tirania acaba quando o indivíduo permite-se à custa da sua liberdade se torna voluntariamente escravo do Estado. O indivíduo perde a sua liberdade quando se entrega nos braços protetores do Estado e, em troca de proteção deste, perde a sua liberdade, deixa a sua propriedades aos “cuidados” do Estado. Damos todo poder ao Estado e nos tornamos escravos deste. Isso para La Boétie é que ele chamava de Servidão Voluntária.
“A razão pela quais os homens servem voluntariamente é porque nascem servos e são educados como tais. […] Serve tão bem e de tão bom grado que se diria, ao vê-lo, que não só perdeu a liberdade, mas ganhou a servidão.” La Boétie
O problema do socialismo reside no fato que o homem nasceu sob certo aspecto para ser livre, e o socialismo o escraviza. Para garantir a servidão voluntária, o Estado oferece, ao indivíduo, benefícios “gratuitos” com uma mão e o espolia com a outra. Esta gratuidade tem um preço muito alto. Em seu livro O Mito do Governo Grátis, um excelente estudo sobre os perigos do governo “provedor”, o economista brasileiro Paulo Rabello de Castro, irônico, sustenta que:
“A concepção do regime de governo grátis é muito simples: tirar de quem pode e repassar (uma parte, é claro) para quem precisa, ou diz precisar.”
Apesar dos erros do socialismo, sobretudo quando este se torna uma ponte para o comunismo, ainda continua atuante sob outras formas. O camelão só mudou de cor. Nos países da Europa ocidental, a Social-Democracia ganha espaço e se avoluma, encantando o mundo com os exemplos de países europeus com seus impostos altos e cidadãos cada vez mais dependentes do Estado que, apesar do clima de austeridade com os gastos públicos, corrompe a dignidade dos europeus ao transferir para o Estado a responsabilidade de prover o seu bem-estar.
O estrago a longo prazo que esta postura política causa a nação é imenso. Neste sentido, o economista e escritor brasileiro Rodrigo Constantino, afirma em seu livro Economia do Indivíduo, que governos intervencionistas tende a trazer sérios problemas de ordem socioeconômica para o Estado:
“[…] é de fundamental importância analisar uma política intervencionista por suas conseqüências como um todo; não apenas por seus efeitos de curto prazo, mas também no longo prazo.”
De acordo às considerações de Hayek, o socialismo só funciona na teoria. Entretanto, ele continua vivo nas cabeças e espíritos de pessoas que acreditam que o socialismo é o único meio viável para a plena realização do indivíduo enqunto ser “coletivo”. Estas mesmas pessoas estão ensinando nas escolas, administrando instituições, empreendendo, construindo nações.
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