“Afirmo que é tolice insistir, como fazem habitualmente nossos líderes, que os atos violentos dos Islamitas radicais podem ser dissociados dos ideais religiosos que os inspiram. Temos que reconhecer que eles são movidos por uma ideologia politica, uma ideologia com raízes no próprio Islã, no livro santos do Alcorão e na vida e ensinamento do Profeta Maomé descrito no hatdith.”
“Porque o problema fundamental é que a maioria dos muçulmanos, que em outros aspectos é pacífica e obediente à lei, não quer reconhecer, e muito menos repudiar, a licença teológica para a intolerância e a violência que é inerente a seus textos religiosos.”
“Precisamos responsabilizar 0 Islã pelos atos de seus adeptos mais violentos e exigir que o islamismo se reforme e repudie as crenças fundamentais que estão sendo usadas para justificar esses atos.”
“Especificamente, precisamos dizer aos muçulmanos ocidentais ofendidos (e aos liberais que o apoiam) que não somos nós que temos de acolher suas crenças e sensibilidades. Eles é que têm de aprender a conviver com nosso compromisso com a liberdade de expressão.”
Assim Ayaan Hirsi Ali, a autora do livro Herege, nos alerta sobre os perigos de não enxergamos o óbvio sobre as ações dos grupos extremistas. Para a autora, erramos quando atribuímos ao terrorismo as ações dos grupos extremistas e inocentamos o islamismo. O terrorismo é um meio e não um fim. Ela observa que se queremos resolver a questão da guerra santa, o jihad, é preciso entender que o problema está na própria religião muçulmana e nos ensinamentos do profeta Maomé que ainda é interpretado e aplicado como no século VII e para isso ela propõe uma mudança profunda nos alicerces da religião Islâmica.
Ela revela que há tanta violência entre os muçulmanos “da paz” quanto no IE e Boko Haram. Para comprovar descreve vários exemplos pela Europa e EUA de pessoas que não hesitam em matar e mutilar seus próprios parentes por, no entendimentos deles, terem se desviados dos caminhos de Alá e se deixarem enfeitiçar pela “podridão” dos infiéis. É o que ela chama de “crime de honra” e alerta que é mais comum que imaginamos.
A autora tem a consciência que sua crítica a uma religião que não aceita crítica, põe a sua cabeça a prêmio, e que no caso dela, uma ex-fervorosa muçulmana e agora apóstata (crime que segundo as leis islâmicas a pena é a morte), este poderá custar-lhe a vida.
Ayaan, num mundo que teme o islamismo sob o efeito do seu teatro de horror cujo o roteiro é determinado pela sharia, ela é a voz que levanta a espada da liberdade contra o jihad. Ainda que ela seja assassinada, ela terá se tornado uma força verdadeira na luta contra o terror.