Sem fugir do seu estilo habitual (o livro contém muitas cartas trocadas entre a realeza), Mary Del Priore descreve em “O Príncipe Maldito” a saga do Pedro Augusto, sobrinho da princesa D. Isabel e um dos pretendentes ao título de Imperador do Brasil, mas não o preferido por herança. O livro é rico de fatos históricos e exposição de famosos personagens do século XIX na Europa e no Brasil.
Conforme descreve Del Priore, a princesa D. Isabel não era como aprendemos nas escolas: a princesinha frágil, que em um ato de pura bondade como era de se esperar de uma cristã carola, “acabara com a escravidão no Brasil”. Pelo contrário, o que a princesa demonstrava enquanto regente, é que estava disposta a brigar pelo trono como se espera de uma boa peleja para subir ao trono e que pretendia acabar com os sonhos do seu sobrinho, o príncipe Pedro Augusto, de se tornar Imperador do Brasil.
Del Priore revela que para atingir seus objetivos, a princesa D. Isabel parecia estar mais preocupada em colocar o Conde d’Eu, seu marido, no trono que com os constantes problemas de saúde do seu pai D. Pedro II, que ameaçavam mandá-lo para a terras dos mortos. Desta forma, em meio a muitas artimanhas políticas e intrigas familiares, ela e o seu sobrinho travaram uma lenta batalha pelo cobiçado trono.
O príncipe Pedro Augusto era o rapaz dos sonhos das princesas pois além de muito bonito era muito inteligente, e para o desespero das pretendentes princesas, ele era apaixonado pelo trono, ambição que ele alimenta desde criança muito antes de nascer “o mão seca”, o filho da princesa D. Isabel com o Conde d’Eu, e pretendente ao trono por direito real. Sua tia, de mãos dadas com a igreja, queria o mesmo. Estava armado o palco para uma disputa que só favoreceu os planos dos republicanos.
Mary Del Priore nas contas assim a difícil jornada do “príncipe maldito” e a sua luta, não sozinho, para se tornar o imperador do Brasil.
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