O livro A Vida Secreta de Fidel apresenta a biografia do ditador Fidel Castro, escrita por Juan Reinaldo Sánchez, seu segurança pessoal, que jurou lealdade ao ditador foi envolvido injustamente em uma trama que o levou à prisão por dois anos, obrigando-o a fugir de Cuba logo após o seu encarceramento deixando para trás a história da sua vida e a de um homem que ele admirava e que ele jurou proteger com a própria vida. Desiludido e decepcionado, Sánchez resolveu tornar público a sua história e expor para o mundo quem foi o verdadeiro Fidel Castro Ruz. São revelações impactantes e chocantes.

       Sánchez, escolhido a dedo para integrar a elite de segurança de Fidel Castro, esteve mais próximo dele do que a própria família do ditador. Durante 17 anos acompanhou de perto toda a trajetória política do líder revolucionário falacioso. Essa proximidade permitiu a Sánchez ver o verdadeiro homem por trás do mito, visão que ele mesmo alimentou até perceber que aquele a quem admirava e por quem daria a própria vida era, na verdade, um tirano, assassino e corrupto. 

       Fidel, nas palavras reveladoras de Sánchez, foi o traidor, o mentiroso, o déspota, o assassino e o traficante amado pelos idiotas úteis que o idolatram até hoje.

       A maior oposição ao regime de Fidel veio da sua própria família. Juanita Castro, que tanto o apoiara no início, logo se desapontou ao perceber que Fidel, após a subida ao poder, traíra a Revolução. A decepção foi estampada em no livro Fidel e Raúl, meus irmãos,  onde ela narra em detalhes quem foi Fidel e como ele enganou o povo cubano. Fidel traiu o povo cubanos quando ele prometeu acabar com a tirania de Fulgêncio Batista, mas implantou a sua própria tirania durante mais de 50 anos. Logo, em 1958, após a entrada triunfal em Havana, após o general Fulgêncio Batista ter fugido, Fidel convenceu o povo cubano que a partir daquele momento uma nova era de liberdade e prosperidade se iniciava em Cuba. Sua irmã, Juanita Castro, foi uma das primeiras vítimas do regime castrista, culminando em sua fuga desesperada para os EUA.

       Nas palavras reveladoras de Sánchez está expressa a dor da traição, quando o sonho de liberdade dá lugar ao horror da opressão: “Abri os olhos mais tarde. Naquela época, estava absorvido demais por meu trabalho e fascinado demais por Fidel para desenvolver qualquer senso crítico”.

       De fato, quando chegou ao poder, Fidel falou abertamente que haveria eleições livres e aparentava ser um defensor da democracia. Afirmou veementemente que não era comunista. Ledo engano. Quantos incautos caíram em sua armadilha. Um homem sem escrúpulos e sedento por poder não estava disposto a fazer concessões que não lhe beneficiariam. Fidel mentiu e assim continuou ao longo do seu reinado de terror para os cubanos.

       Entretanto, o seu governo em pouco tempo se caracterizou pela repressão, cassação dos direitos civis, expropriação, tribunais teatrais e fuzilamento. Era o tirano dos tiranos na América Central. No seu governo somente aquele que apoiava o seu regime, uma minoria uma vez que a maioria se calava por medo de repreensão severa, tinham privilégio sob o controle total do Fidel. Nem mesmo o seu irmão Raúl, o membro da família mais próximo dele, tinha total liberdade.

       Exceto, de forma duvidosa, na tentativa da invasão do quartel de Moncada  não se tem muitas histórias da bravura do “destemido e herói do povo” Fidel. Menos ainda que ele tenha cometido algum assassinato. Porém, o seu secretário para assuntos infernais, Che Guevara, sob às suas ordens, com apoio da polícia secreta cubana, matou milhares de cubanos. Muitos dissidentes foram parar nos paredões de fuzilamento. 

       Sánchez dá detalhes desta atividade de Fidel envolvida com o tráfico de drogas, seu relacionamento com as FARCS e como ele atuava sem que fosse visto. Lembra também da crueldade de Fidel para com quem lhe é leal ao condenar o seu principal, mais inteligente general Uchôa a morte por um falso teatro de tráfico de drogas. Na verdade, Sanchez afirma que o general Uchôa era inocente e morreu jurando fidelidade ao Fidel, o seu algoz e o verdadeiro criminoso chefe de facção que dominava o narcotráfico na América do Sul. Fidel financiou muitas guerras, tendo a de Angola o seu melhor resultado segundo Sanchez, porém o seu verdadeiro objetivo era obter dinheiro através do narcotráfico.

       Porém, o esforço de Sanchez em revelar quem foi Fidel é uma tentativa de mostrar para os idiotas úteis, como disse Lenin, que eles amam, idolatram um assassino, um homem amoral e terrível. Um verdadeiro genocída.

       Por tudo isso, o livro A Vida Secreta de Fidel não é apenas mais uma obra sobre a vida de um tirano, mas a história de Juan Reinaldo Sánchez, que, por uma espécie de fatalidade, teve seu destino amarrado a um psicopata. Não é possível manter-se leal, pois a lealdade não resiste à verdade. Inicialmente, Sánchez descobriu em Fidel uma pessoa encantadora, hipnótica e sedutora, mas logo percebeu que se tratava de um homem perigoso, com a mente de um psicopata no poder, que, por trás de uma falsa ideologia, via nela a oportunidade de enaltecer seu sonho de dominação, fingindo combater o imperialismo. Outros que fizeram essa descoberta não conseguiram escapar de Fidel e tiveram seu sangue derramado nos paredões de fuzilamento